quarta-feira, outubro 04, 2006

Apagão de Memórias



Este fim de semana li uma notícia acerca das intenções da Câmara Municipal de Santa Comba Dão avançar com um projecto de Museu Salazar. O simples facto de escrever este nome, só por si, já é certeza de polémica, agora quererem fazer um Museu ao Professor António...imaginem.

Uma questão é abominarmos o homem e os seus ideais, o que até compreendo, sobretudo nas gerações mais velhas, outro assunto é desejar o apagar de memórias colectivas de um país, por acaso o nosso e de cerca de 40 anos de História deste canto de brandos costumes.

Sou da opinião firme que, independentemente das nossas cores políticas, nunca devemos tentar eliminar a nossa história nem esconder personagens ou locais. O passado é isso mesmo: PASSADO. Devemos tentar aprender com ele, com o bom e o mau, com o certo e o errado, só assim evoluímos. Um País com medo da sua história, com vergonha das pessoas que a fizeram será sempre um País fraco e cobarde.

E por favor não demonizem o Estado Novo, foi um período histórico, cronológicamente datado e ultrapassado, com ideias ajustadas ao seu tempo, tal como aconteceu em tantos outros países da velha Europa. Não fomos nem mais nem menos, nem sequer diferentes...fomos arrastados na corrente nacionalista do século XX.

O Museu Salazar pode e deve ser criado, mais não seja para podermos aprender com os erros cometidos no passado. Posso não ser de esquerda, mas nunca me passaria lutar pelo apagão do Verão quente de 1975 (grande ano por sinal). As liberdades são isto mesmo, poder haver espaço para todas as opiniões sem atropelos. Bem Haja!

2 comentários:

Rubi disse...

Concordo contigo e sempre me perguntei qual a razão lógica para terem mudado o nome da ponte de Pt. Oliveira Salazar para Pt. 25 de Abril! Que me desculpem os dessa época, mas parece-me apenas ter sido a euforia da revolução...

Anónimo disse...

Grande ano? Porque é o "teu" ano?


Apagar as memórias não, mas um museu habitualmente é contruido em homenagem a alguiém, não compreendo que homenagem poderiamos fazer a este senhor.Um museu sobre a ditadura sim senhor, sobre Salazar, desculpa, mas discordo!