domingo, novembro 20, 2011

Luta...




Longa é a vida, malvado o caminho...
Ruma a oriente, terra mãe do Deus sol, 
percorre os trilhos da dor, comprova-te que queres
luta contra o óbvio, mantém a perseverança, 
Não desistas do que queres, por mais longínquo e penoso que seja
Nunca te dês por vencido...
Procura o teu Graal, o teu desejo, a tua vida...


"E se não Choras, do que costumas chorar?" - Inferno de Dante

terça-feira, novembro 15, 2011

segunda-feira, outubro 31, 2011

Livro de Cabeceira XVII


Finalmente consegui arranjar mais um titulo de David Soares, desta vez trata-se de uma junção de 3 pequenos contos negros onde a busca pelo imaginário do terror e dos mitos portugueses se mistura com locais reais e próximos do leitor.
O primeiro conto que compõe o livro chama-se " O cara-em-Obras" e aborda a temática do papão, figura que atemoriza crianças e não só... O tema é explorado e misturado com sexo brutal e incesto, hospital psiquiátrico e uma Lisboa difusa mas perceptível na descrição da cidade desse conto.
O segundo denominado "Hinos de um ser superior" a penitenciária de Lisboa é o cenário para um desenrolar do tema Lobisomem, associado ao voodoo. Um conto demasiado cru e pesado até.
O terceiro e último, o que dá nome à compilação "Os ossos do Arco-íris" passa-se numa vila perdida entre Mafra, Sintra e Loures, uma terra amaldiçoada desde as suas origens, onde ninguém pode ser feliz, onde mora o medo, a inveja e todos os maus sentimentos que povoam o ser humano. Uma vila onde um estranho visitante se instala rodeado por uma matilha de cães vadios... raptos, violações e morte. 
Os nossos fantasmas, o nosso lado mais negro e escondido  puxados ao extremo por este conto, para mim o mais conseguido dos três.  
Mais um a ler...mas com cuidado.

quinta-feira, outubro 27, 2011

Casa do Fauno


Uma ligação que talvez vos interesse...a mim interessou.


Visitem...

segunda-feira, outubro 24, 2011

Noite calma


 Sean Riley & the Slowriders


Howe Gelb

Fotos de André Roma/Jornal Hardmúsica


Numa noite de sexta-feira, em que supostamente o mundo iria acabar, Sintra recebeu mais dois nomes da música independente no excelente festival Sintra Misty.
Desta vez Sean Riley & the Slowriders e Howe Gelb partilharam palco e tempo de concerto, cabendo aos rapazes de Coimbra abrir caminho numa plateia demasiado calma e pouco composta.
Apesar destes obstáculos, conseguiram ao fim da 5.ª música agarrar no público que acabou por acompanhar com palmas e com grandes ovações temas que percorreram todos os álbuns de Sean Riley. O som contagiante do blues em conjugação com os momentos de conversa arrebataram a audiência, mostrando que esta banda merece bem o estatuto que continua a conquistar no panorama musical português.
Após o intervalo surge em palco o Cantautor  americano Howe Gelb, completamente só com a sua viola e o seu piano, utilizados com mestria e estranheza, acompanhados pela voz imponente do líder dos Giant Sand.
Howe demonstrou ser, para além de um excelente músico, um entertainer bastante eficaz, tirando partido das condições adversas e do desconhecimento que a maioria do público tinha da sua arte, acabando por hipnotizar e seduzir cada mente ali presente...Algures no meio do concerto declarou "Estas musicas são todas histórias verdadeiras, algumas apenas ainda estão por acontecer..." e "Não devemos ofender o futuro fazendo planos..."
Momentos mágicos e íntimos... 

sábado, outubro 22, 2011

Descansa...


Mafalda 
Nascida em data desconhecida - Falecida a 19/10/2011

Algures em 2002 escolheste partilhar a tua vida com a nossa.
Entraste-nos em casa e ganhaste espaço, um espaço que gato algum pensei que conseguisse ganhar. Sou um homem de cães, não de gatos...
Tu conseguiste conquistar-me pela tua independência, pelo equilíbrio que tinhas entre o mimo e o selvagem. Eras diferente, és diferente.
Tratámos-te como uma rainha, que demonstravas ser, uma "senhora" sossegada que prezava o silêncio tal como nós... 
Partiste quando teve de ser, espero que pacificamente, sem sofrer, tal como foste encontrada, ao sol, como se dormisses. Não foste embora, estás aqui, tens sempre o teu lugar gata...
Descansa agora a olhar o infinito como tanto apreciavas...


sexta-feira, outubro 14, 2011

That Leaving Feeling...


Foto: Blitz/Rita Carmo/Espanta Espíritos 

Numa noite extremamente quente de Outubro, Sintra recebeu mais uma vez Stuart Staples, vocalista dos Tindersticks, num registo intimista e acústico, a pedir uma sala mais aconchegante que um auditório do Olga Cadaval a meio gás...
Um Contrabaixo e um vibrafone/xilofone acompanharam a voz que Sintra já ouviu tantas vezes e que parece ser feita à medida do seu mistério e fantasia nocturna.
Stuart vagueou entre músicas da sua carreira a solo e dos Tindersticks, fazendo uma versão intima e soturna até, mesmo das mais animadas, como Hungry Saw e That Leaving Feeling (uma das mais esperadas). 
Foi um pouco estranho não ter dialogado tanto com o público como em vezes anteriores, até porque sabe que tem em Portugal uma imensa legião de apreciadores do seu trabalho, comprovado pela quantidade enorme de concertos que já deu pelas nossas terras em digressões anteriores. Ainda assim conquistou os presentes no grande auditório, com esta sua versão mais tímida e introspectiva.
O concerto acabou cerca de 1 hora e meia depois do inicio, com um encore, Tiny Tears, um registo dos Tindersticks aqui transvestido de uma grade dose de melancolia.
Na primeira parte um cantautor Escocês radicado em Portugal - Sandy Kilpatrick, declamou dois poemas (uma a abrir e outro a fechar) com meia dúzia de músicas folk intimistas e pacíficas sobre a natureza e as relações humanas, pontuadas por largos espaços de conversa com o público que acabou por apreciar o humor tipicamente Escocês daquele homem simples e só no palco...

Até breve...

domingo, outubro 09, 2011


Deixa a ferida fechar
Deixa reaprender a respirar
Cuida de mim em silêncio
Dá-me mimo e certezas...

Acalma a dor terrível 
a que rasga a noite 
a que não permite o sono
acaba com a agonia imensa...

Dá-me calor...
o teu calor
o teu cheiro
tu...

sexta-feira, outubro 07, 2011

Livro de Cabeceira XVI



Com muita vergonha minha, confesso que é apenas o segundo livro que leio do nosso (?) Nobel da literatura.
A Viagem do Elefante é um romance histórico que nos relata a demorada entrega de um elefante indiano, presente de D. João III ao seu primo, o Arquiduque da Áustria, Maximiliano II, no séc. XVI entre Lisboa e Viena.
Este elefante e esta viagem aconteceram na realidade, conforme o autor numa das estadas em Viena descobriu por mero acaso, tornando-se num dos "pequenos" episódios estranhos da nossa história.
A viagem do paquiderme é, para o autor, uma metáfora da vida humana. Uma demonstração de quão efémeros e insignificantes somos...e no fim só nos espera a morte.
Um misto de factos e imaginação de Saramago que completa na perfeição os muitos espaços deixados pela falta de documentação que relate a tão singular viagem.
A ler...

sábado, setembro 24, 2011

Que Flor?


"Que flor seria se flor fosse?
Uma boa de se cheirar,
uma que o vento pudesse 
soprar sem desmanchar?"

In Os Ossos do Arco-Íris

sexta-feira, setembro 02, 2011



 Há alguma coisa invisível que me faz acreditar...
Há uma força qualquer que me faz lutar...

quinta-feira, setembro 01, 2011

Coisas simples


Uma aragem que te desperta a face, te seca a lágrima esquecida, fugidia.
Um vento quente que te marca a expressão, levanta a poeira dos tempos, leva-te para longe...
A luz do sol que se esconde atrás do muro azul, uma nuvem que espreita envergonhada por ti.
Um sopro de vida, uma nesga de esperança...
Um abandono latente, uma entrega vadia, sem rumo, sem norte...
A terra seca, lambida pelo suão, o cheiro do mato selvagem e do lírio do campo...

Coisas simples feitas de nadas que são tanto...
Pedaços do dia-a-dia que se entranham na pele.

sábado, agosto 20, 2011

Dor de alma...

Quando a dor atormenta, a incompreensão te ocupa os poros da razão, grita por alguém, chora por algo, tenta lutar e sossegar o monstro que se desenvolve em ti a cada pulsação...

Não tenhas vergonha em mostrar a alma... gritar por carinho, bater-te por amor.

Sentes a alma a suplicar por sossego, por um conforto que tarda em chegar, uma justificação por mais injustificada que seja...uma palavra de verdade.

Dá-me a morfina do pensamento...

mata o ser insatisfeito...

sem magoar...





terça-feira, agosto 09, 2011

Livro de Cabeceira XV

Imaginem a União Soviética em 1956, após a morte de Estaline, Khrushchev substitui-o e decide perante o Politburo fazer um discurso fracturante com o passado, reconhecendo os crimes cometidos pelo seu sucessor, abrindo uma brecha na muralha de pedra repressora do bloco de leste, chamando criminosos aos polícias do aparelho de estado. Leo Demidov, ex agente do MGB (antigo KGB) vê-se envolvido numa vingança terrível vinda do seu passado... A vida familiar que tenta construir, quase que se desmorona por completo, obrigando-o para a salvar, a passar por prisioneiro nos Gulags da Sibéria até à revolução Húngara numa Budapeste a ferro e fogo... tudo pela família. Discurso Secreto é segundo romance do jovem autor Britânico Tom Rob Smith, uma esperança quase realidade do panorama dos romances históricos...
A ler.

domingo, julho 31, 2011

Alquimia dos seres perdidos

A fluidez do manto obscuro que se debruça sobre nós,
A noite difusa que nos faz torturar com a solidão mais uma vez,
roçando o insuportável...

Que neblinas te escondem? Que perfumes cerimoniais diluem o teu odor?

Foges?

A alquimia do ser, a receita imoral de deuses caídos em desgraças consecutivas
Está perdida definitivamente, entre ruínas sujas e sombrias de gente anónima,
Ignorada, passageiros da multidão, ninguém repara, ninguém toca... Nada és, Nada serás...

Não te permito...Não te vejo... Nem te sinto...

quarta-feira, julho 27, 2011

Carros que gostava de ter mas não tenho mais espaço na garagem - II

Ford Cortina

Carros que gostava de ter mas não tenho mais espaço na garagem - I

Chevrolet El Camino

Não...


Não menosprezes a serpente... respeita-a...
Não esqueças a lua... idolatra-a...
Não apagues o tempo...recorda-o...

Há Bola de Berlim!


Numa recente visita ao Meco encontrei na praia um daqueles (cada vez mais raros) ícones da cultura popular portuguesa: O vendedor de bolas de Berlim.
Eu sei que ainda vão restando uns quantos mas este, de nome "Manel", chamou-me a atenção pela forma de publicitar o produto. Rimas populares, frases que deixam um sorriso na cara de quem ouve.
Acompanhado por um casal de namorados adolescentes que o ajudam na venda, vai fazendo quilómetros pelo areal sempre com uma rima pronta a sair:
"As bolas do meco são boas como o caneco"
"As bolas da asae, come o filho e paga o pai"
"trata o namorado com maneira, ele é que tem a carteira"

Duas pérolas que me fizeram rebentar a rir...

"bonjour monsieur, as bolas para meter...no estômago"

Ao ver duas jovens saudaveis na toalha, aproxima-se e diz:

"ai meu deus que coisas tão boas... que tenho aqui na caixa para vocês"

um verdadeiro poeta e animador daquela praia, que faz parte da nossa cultura popular.
Um abraço Manel... espero que continues!

quarta-feira, junho 22, 2011

Livro de Cabeceira XIV

Mais uma excelente história da minha conhecida Elizabeth Kostova, cuja assinatura está num dos meus livros de eleição - O Historiador. Desta vez as páginas debruçam-se sobre Andrew Marlow, psiquiatra de um hospital americano, cuja vida pacata e regrada é violentada pela aparição de um paciente, Robert Oliver, pintor e professor famoso, que num acesso de loucura tenta vandalizar um quadro na Galeria Nacional, decretando o seu internamento compulsivo.
O homem que se recusa falar durante meses esconde uma história de amor por uma mulher do séc XIX, também pintora, com uma carreira terminada precocemente, cuja figura pinta repetidamente de forma demente.
Marlow segue então as poucas pistas que vai encontrando no passado do paciente, levando-o a locais tão diferentes como o México ou a zona rural de Paris, num enredo que delicia quem o lê... Os Ladrões de Cisnes é um romance onde os mortos atormentam os vivos e os apaixonam... Recomendo.

domingo, junho 19, 2011

Deixa-me...

Deixa-me num canto escuro, escondido, esquecido...

Deixa-me definhar em silêncio profundo...

Dá-me paz...

segunda-feira, maio 30, 2011

Ficas comigo avô...

Augusto Valente Júnior

25/09/1928 - 29/05/2011

quinta-feira, maio 26, 2011

Memorável...


Confirma-se o que há muito já se suspeitava...The National são uma daquelas bandas de culto que têm em Portugal um dos seus locais de adoração.
Com bases amplas no recente High Violet e no antecessor Boxer, o concerto do passado dia 24 no Campo Pequeno não esqueceu momentos únicos dos primeiros álbuns, tal como "Friend of mine" do álbum Alligator, que teve direito a aviso especial por só ter sido tocado por duas vezes ao vivo anteriormente apesar dos já sete anos de existência da musica "O que quer que façam, não saiam depois desta canção. Esta é para vocês Portugal. Cuidado com o que desejam...".
De copo na mão Matt Berringer, brinda o recinto esgotado com uma série de verdadeiros hinos, alguns modificados pela voz mais estridente que o usual do vocalista de voz forte e quente.
Após 1 hora e 45 minutos de concerto terminam a noite com uma versão totalmente sem amplificação (voz incluída) de Vanderlyle Crybaby Geeks, pedindo ao público "Ajudem-nos a cantar, sabemos que são bons a cantar, portanto cantem muito!" ...e nós cantamos...arrepiou!

A primeira parte esteve a cargo dos Dark Dark Dark, que a mim não convenceram, talvez culpa da dimensão da sala de espectáculos, que na minha opinião não era coincidente com o ambiente mais intimista das canções desta banda mais própria para um cabaret decadente e cheio de fumo.
O som do acordeão e clarinete assentava melhor numa pequena sala...

terça-feira, maio 10, 2011

Sorrow

"Sorrow found me when I was young
Sorrow waited, sorrow won..."

quinta-feira, abril 28, 2011

Mantos de Bruma...

Um amanhecer à porta de casa...

domingo, abril 17, 2011

Bairro Estrela D'Ouro

Fachada de edifício

Azulejo Comemorativo do Bairro

Pormenor do ferro forjado no varandim

Escadaria em ferro forjado

Átrio do antigo Cine-Royal

Quem não sabe, também não descobre por acaso. É um dos (pequenos) segredos desta Lisboa, capital cada vez mais cosmopolita e descaracterizada.
O Bairro Estrela D' Ouro é um pequenino enclave de vida Portuguesa na cidade grande. Um cheiro da Lisboa dos vizinhos, da aldeia transformada cidade.
Criado em 1908 para alojar os trabalhadores da sua empresa de Confeitaria por Agapito Serra Fernandes, é composto por cerca de 120 pequenas habitações, com pátios em U, onde o símbolo da Estrela está presente em vários componentes da edificação, tal como passeios, varandins, fachadas. O ferro forjado domina o exterior das habitações, todas com acesso directo para a rua, com passadiço comum ao longo da fachada, para serviço dos residentes.
Na minha recente visita pude comprovar que ainda se mantém o espírito de vizinhança próxima, entre quem lá vive, novos e velhos residentes, portugueses e emigrantes.
O próprio industrial, que também vivia no Bairro, numa vivenda de grandes dimensões com jardim (impossível de visitar) , mantendo assim uma proximidade com os seus funcionários, mandou erguer em 1929, uma sala de espectáculos, o Cine-Royal ( hoje um supermercado Pingo Doce, mas que mantém a fachada e o átrio intactos) onde foi exibido o primeiro filme sonoro em Portugal (1930).
Se quiserem procurar, fica entre a Rua da Graça e a Rua Senhora do Monte e basta seguir as estrelas na calçada...

Para uma pausa recomendo-vos uma limonada no Café do Monte - Rua S. Gens, 1. Ao estilo parisiense, bastante acolhedor e com uma musica bastante agradável.

quinta-feira, abril 07, 2011

O mundo parava...

Revê os passos dados no jardim,
os sorrisos, as tensões,
A magia fugaz de quem nada perde,
Naqueles momentos só tu contavas, só tu eras, apenas tu
...o mundo parava.
As mesas de pedra fria que fossem leito de prazer,
Os sons da cidade apagados pelo desejo...
Os calafrios da pele quente e aromática, arrepiada e húmida,
Lábios que se saciam,
Corpos em colapso numa explosão sagrada de seres profanos,
divindades um do outro...

...o mundo parava.

segunda-feira, março 21, 2011




Ouve o silêncio,
...diz-te alguma coisa?
Entre fumos e copos, abstrais-te do mundo, do burburinho fútil, das conversas banais, dos sopros de palavras vãs que nem pensadas foram, da tagarelice alheia de quem nada mais tem para falar...
Sentes-te só, no meio de tantos, apenas tu...
Chamam-te a atenção para o café que pediste entretanto já arrefecido, nem ligas...agradeces vagamente e segues a cavalgada mental interior que te mantém fora dali.

Quem és? O que queres? Desejos?
Apenas calma e tranquilidade. Conseguirás tu lá chegar?
Conseguirás viver calmo, tranquilo e seguir as vagas repetitivas da vida?
Segues só, pelas vielas escurecidas da cidade, sem ligar aos personagens que abrem alas perante a tua passagem.
Perigo? Talvez... mas nem dás por isso.
Embrenhado em ti, sôfrego de respostas que cegamente não vês, caminhas a passos distraídos para lugar nenhum...para o vazio, para o silêncio...

sábado, março 12, 2011

Sê o Mundo...

Vem ser o meu Altar,

o meu local secreto de adoração dos Deuses desconhecidos,

dos Deuses sombrios e implacáveis.

Dá-me o teu corpo e venera a Deusa Mãe,

Liberta-te do mundo...

Sê o Mundo...

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Notável "Vila" de Estremoz

Na recente visita ao Alentejo, uma das "surpresas" foi Estremoz, Cidade Alentejana desde 1926, mantém o espírito de pequena vila de tons de branco e pedra, tão característica daquela zona.
Localidade histórica, possui excelentes pormenores que, para quem aprecia fotografia, são verdadeiras pérolas da arquitectura civil e militar Portuguesa.
Exemplos disso são:
- A cadeia medieval, actualmente um restaurante - Cadeia Quinhentista, com um bom gosto de se louvar em termos decorativos, cujo pormenor aqui fica abaixo retratado (retrato 1);
- Uma ruína de arco numa das ruas antigas de Estremoz que mereceu a atenção da minha objectiva (retrato 2);
- Pormenor de portada na Rua Rainha Santa Isabel (antiga rua da Cadeia) com símbolos, no mínimo curiosos...(retrato 3)
- O único retrato que não é meu é o 4, a fachada do Café Águias de Ouro, de inícios do século XX, no Rossio de Estremoz, com um estilo arquitectónico diverso, que vai da Arte Nova ao Neo-Manuelino, onde no seu interior se destaca um brasão dourado da agora Cidade de Estremoz (retrato 5), cuja heráldica é bastante pormenorizada e rica (os curiosos que procurem o significado).

Muito mais haverá para retratar e prometo num regresso, procurar com mais tempo...

(retrato 1)

(retrato 2)

(retrato 3)

(retrato 4)

(retrato 5)

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Credos...

Há cerca de 3 anos passei mais uma vez por uma das aldeias mais emblemáticas do Portugal profundo - Piodão, uma aldeia postal, de xisto construída e felizmente bem conservada.
Ruas estreitas e escuras, o negro da pedra em contraste com o azul das janelas e portas, bem como do edifício mais destacado do núcleo, a Igreja de branco debruado a azul.
Duas das fotos que tirei na altura, foram a pormenores em casas particulares que me intrigaram, umas cruzes feitas de forma muito artesanal na ombreira da porta e noutra casa uma cruz pintada na porta, encimada por uns chifres de bode e uma ferradura...
Passado estes tempos, estava eu a colocar alguma (pouca) ordem no arquivo fotográfico pessoal e dou com elas novamente.Um pouco de pesquisa informa-me que as pequenas cruzes são uma protecção contra a trovoada e o azar. Noutros locais encontrei ainda alusões a tradições que referem a existência de lobisomens na aldeia, sendo as casas marcadas com a cruz salva
s da intromissão do mal...
Quanto à foto com os chifres de bode e a ferradura, posso apenas subjectivar que a casa pertença a alguém extremamente crente ao ponto de para além dos artefactos acima descritos, ainda ter pintado de forma grosseira uma cruz na porta azul da sua habitação...estranho?


Rua estreita com caminho para as águas - Piodão


Símbolos à entrada de casa - Piodão




Pequenas cruzes em ombreira de porta - Piodão

quarta-feira, janeiro 12, 2011



Alma mater, fiel segredo de quem sente o teu pulsar nas veias,
Guardo em mim as dores de quem te ama e por ti sofre.
Glórias vãs e sonhos adiados, gente simples que por ti morreu
Guerras de honra, outras de vergonha, por ti sangrou
Por ti engoliu o orgulho e secou as lágrimas,
como fontes que se esgotam na dor infindável
De tanto abandono consentido.

Por ti estarei, por respeito a tudo o que foste
Aguardo pacientemente que sejas novamente um dia.
Terra estranha, lendária, de mistérios milenares...
Terra sagrada, esquecida por tantos, renegada por outros
Mas sempre, sempre o meu Portu(graal)...


domingo, janeiro 09, 2011

...


Escondo-me de mim.
Embrenhado em floresta complexa
de sonhos tenebrosos,
Perco-me de mim e
arrasto-me para a profundidade vazia,
para o âmago esventrado do caos.
Para o vício delirante das voltas do mundo
O espectáculo agonizante e farto
Farto... farto... simplesmente farto...


Cansado, estropiado da estagnação,
repousa a cabeça perdida
nas mãos do desconhecido,
propriedade de ninguém,
Baldio de sentimentos,
Sofredor do acaso
Amante do nada...


Somente nada...vazio...eco...



MORTE