sábado, junho 04, 2016

Mark Lanegan - Cinema S. Jorge - 30MAI16

imagem : Noite e Musica @Vitor Barros

Intimista... é a primeira palavra que me vem ao cérebro para descreve o ultimo concerto deste poeta da língua inglesa de sotaque americano.
Mark Lanegan, que ultimamente tem vindo a criar uma legião de apreciadores em Portugal, atingiu o nível de artista de culto.
Uma sala praticamente cheia assistiu a um concerto dividido em 3 partes, sendo a primeira entregue ao baixista que acompanha o artista principal da noite : LYENN - bastante tímido na interacção com o publico presente, mas muito eficaz. Ele e as suas guitarras, sozinho no palco vestido de azul escuro, apenas subia o tom de voz quando entoava os seus temas de uma beleza literária bastante apreciável, conseguiu em meia hora conquistar a audiência para a qual era um perfeito desconhecido com temas como o final "Seeds and Semen" a arrancar grandes aplausos sinceros.
Sem intervalo passou-se para a parte 2 de 3 : DUKE GARWOOD, também ele guitarrista do artista da noite, com sons mais sombrios e quanto a mim com um som mais sofrível, ainda assim agradou à plateia por mais uns 45 minutos, destacando-se temas de um blues sombrio mas forte.
Após um curto intervalo de um quarto de hora, sobe a palco com muitos aplausos MARK LANEGAN e a sua banda em tamanho reduzido (2 guitarras e 1 baixo) sem percussão para desfilar temas da sua carreira, começando com "One way street".
O facto de não possuir bateria em palco não minimizou o espectaculo em si, tornando apenas diferente e estranho a principio, acabando por entranhar e vencer o publico.
O tema mais acelerado da noite "Gravedigger's song" foi bastante conseguido apesar de ser uma adaptação devido à falta da bateria.
Desfilaram temas de vários álbuns, com ênfase para o ultimo "Phantom Radio", com MARK LANEGAN de poucas palavras e sempre na penumbra avermelhada do palco onde a luz nunca subiu de tom.
Foi o guitarrista Jeff Fielder que se despediu e agradeceu sinceramente ao publico presente, depois do encore e da saída sem palavras de Mark.
Distante e frio, não deixou desiludidos os atentos apreciadores que quase enchiam a sala da capital.
Volta Mark, podes voltar para mais...

Mão Morta & Remix Ensemble - Aula Magna - 18ABR16

imagem : Musica em DX

Os Mão Morta reinventam-se uma vez mais, (re)vestem-se de uma roupa clássica dando a alguns dos seus temas um novo prisma que acrescenta outro brilho às letras sombrias e maravilhosamente decadentes da sua vida musical.
Acompanhados da orquestra residente na Casa da Música - Remix Ensemble, separados fisicamente em palco por um biombo transparente, deram à Aula Magna composta mas não cheia, uma noite diferente.
A musica da orquestra atribuiu um poder suave, mas um poder genuíno aos sons pungentes dos Mão Morta e à voz inconfundível de Adolfo Luxuria Canibal, como na hipnótica "Tu disseste..."
A recuperação de "Tiago Capitão", tornou ainda mais complementar as musicas das duas formações em palco, com a melodia original largamente reforçada com os sons orquestrais.
Um concerto algo morno mas saboroso, que teve como pontos altos, o passeio de Adolfo por cima das cadeiras da sala lisboeta e a repetição final de "1.º de Novembro" após a insistente solicitação do publico.
Mais um formato diferente da banda Bracarense que tantos espectáculos já fez diferentes, casos de Maldoror e Heiner Muller, estes claramente teatrais.
Continuam de boa saúde e recomendam-se... Sem maquilhagens!