terça-feira, outubro 31, 2006
domingo, outubro 29, 2006
Dias obscuros
Entrámos definitivamente nos dias da escuridão, do céu cor de chumbo que apavora uns e fascina outros tantos.
Faço parte dos segundos, dos que gostam dos dias obscuros de inverno, da sensação boa de poder vaguear nas falésias junto de casa e admirar os reflexos que o sol espelha nas águas quando consegue rasgar a noite das nuvens. Nestes dias, o tom do mundo fica estranho, parece meio suspenso entre a vida e a morte, entre o sim e o não. É um mundo em negativo.
Hoje é um desses dias, com uma temperatura anormalmente alta para a altura, o mar a querer imitar o rio...a Calma antes da Tempestade, o Silêncio antes da Guerra.
Assim estou eu...
sexta-feira, outubro 27, 2006
Narciso
terça-feira, outubro 24, 2006
Masquerade
segunda-feira, outubro 23, 2006
Regresso ao Passado
"remember to call my name
I adore it
if you call my name
I implore it
if all these things we invoke here
call you out our name
but be forwarned dear
I don't mind the pain
we hear you call our name
we adore it
hear you all these things
that we invoke here
if you call our name
rest assured dear
see you all these things
but be forwarned dear
I don't mind the pain
and I stay so arcane
in the shadowsof your brain
will I come to you again
remember
I don't mind the pain"
Ao vasculhar nas antiguidades musicais que tenho por aqui, encontrei um Album de Danzig. Coisa que já não tocava há anos concerteza. Ouvi-o com atenção e raios...ainda gosto do som e as letras dizem-me algo que não diziam quando os gravei... É bom regressar ao passado de vez em quando e descobrir pormenores que na altura nos passaram ao lado.
domingo, outubro 22, 2006
Pronúncia do Norte
"Diz-me se és o meu reflexo,
Oh fonte vulgar
Diz-me onde esconder a arma que eu soube enferrujar
Castro com castro edificas, eu castro o gesto a que incitas
Estátua de orgulho gelada sobre esta água parada
O vento de amanhã quando soprar desagregará o tempo presente
A memória da batalha clássica foi-se, a bandeira ser-me-à indiferente
Vim para devolver as cidades aos intoxicados da terra
Será nos gabinetes que se ditará a nova guerra
Sempre que fui combater rastejei pelo chão
Onde nem a beladona cresce tocando o musgo com a mão
Descarnado de alma, mas mantendo a calma
Dilacerado esforço em vão
O esforço de amanhã esfuma os viciados do controle
O cheiro a carne assada humana será uma recordação
Nem mais um soldado anónimo dormirá neste caixão
Sonhando arrogante com o nome da sua batalha final"
Em época de vacas gordas, pelo menos para as instituições financeiras, o Montepio ofereceu mais um concerto, desta vez de GNR no CCB, para comemorar a mudança de imagem.
É bom verificar que um grupo com mais de 25 anos de carreira mantém a seriedade e a postura tão singular que os caracteriza, sobretudo um cinquentão de nome Reininho, irreverente e com um travo a arrogância que só lhe fica bem.
O concerto em si, foi uma revisita à carreira dos senhores, com temas antigos e outros nem tanto, com participações especiais de Sónia Tavares (The Gift) em dueto com Reininho na Valsa dos Detectives e com Virgul (DaWeasel) em o Espelho Meu. O profissionalismo de todos quantos fazem os GNR é notória com uma capacidade ao vivo acima da média nacional.
Pena que nunca tenham conseguido uma internacionalização, porque mereceram e merecem!
Mais uma vez OBRIGADO MONTEPIO e para o ano mudem outra vez de imagem...
P.S. - A letra é do tema "Ao Soldado Desconfiado"
quinta-feira, outubro 19, 2006
O sedento pó
O sedento pó que vai cobrindo os poros da existência, mata lentamente, indolor, incolor, dissimulado entre as curvas da pele que descansa incauta, fazendo definhar aos poucos, nem dás por ele, nem ele por ti.
Acabará por fazer desaparecer toda e qualquer forma independente de vida, a nesga de resistência ainda morna que fazia ainda há tempos os corpos vibrar.
Enterra, cada vez mais fundo, até já ninguém dar pela sua presença, ao ponto da indiferença tomar conta do meu mundo, do nosso mundo, de tudo e de nada...
segunda-feira, outubro 16, 2006
Glória ou Morte Honrada
Orgia de silêncio
Conspiração de deuses menores
Somente o som do vento perturba,
O som do vento norte
Estranha é a noite
Quando a estrela negra desperta
Pedimos à lua que nos proteja
E nos deixe brilhar no céu um dia
Da glória ou da morte honrada
Amanhã será um bom dia para morrer...
domingo, outubro 15, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
Trovadores
segunda-feira, outubro 09, 2006
domingo, outubro 08, 2006
À Sombra do Convento
Escrevo estas linhas para mostrar a quem não conhece as minhas raízes, a terra onde cresci e marcou muito do que sou hoje. Só não nasci lá porque maternidade é coisa que para aqueles lados não existia nem existe.
Mafra, a vila conhecida pelo Palácio e pelos ratos que monopolizam os seus subterrâneos, é uma vila cheia de história e estórias.
Destinada a ser a capital religiosa do V Império, nunca a foi verdadeiramente, pois o tal Império ficou por acontecer, o mesmo que tinha como Centro Político o Terreiro do Paço onde, dizem, o conjunto arquitectónico Mafrense, se passível de levitar e deslocar até Lisboa, encaixaria na perfeição. A numerologia utilizada na sua construção, a estrada em linha recta da entrada do Palácio até ao Atlântico e o Império do Espírito Santo nos Açores, os inúmeros túneis que dão acesso ao seu interior e que percorrem caminhos escondidos. A história do personagem emparedado vivo nos seus claustros, sem que se saiba até hoje a sua identidade, são contos e factos que marcam Mafra e quem dela aprendeu a gostar.
Quem já visitou Mafra, conhece decerto o Palácio Nacional ou, pelo menos a sua fachada, obra imponente sem dúvida, mas que esconde e ofusca muitas das histórias que fazem dessa vila um local tão especial para mim.
Desde muito novo fui dado a curiosidades e os contos e lendas locais sempre me disseram muito. Não descansei enquanto não consegui saber onde encontrar os acessos ao tão falados subterrâneos do "Convento" ou "Calhau" como nós os locais lhe chamamos. Daí a entrar no escuro e labirintico sub-mundo foi um passo e uma coisa posso assegurar-vos : Não existem ratos do tamanho de gatos...apenas existem roedores de tamanho normal e em quantidade idêntica a qualquer esgoto de qualquer vila. Mas os ditos túneis têm magia e são um verdadeiro labirinto, com cruzamentos, acessos emparedados, túneis de quase impossível transposição. Serão sempre um local misterioso, principalmente para quem foi criado a ouvir falar de histórias estranhas e assustadoras de pessoas desaparecidas no seu interior.
A minha infância e adolescência foram assim passadas à sombra do Convento e ao som das narrações que lhe dizem respeito...verdades e mitos, realidades e fantasias. Separá-las não será tarefa fácil, muito menos para mim.
quarta-feira, outubro 04, 2006
Apagão de Memórias
Este fim de semana li uma notícia acerca das intenções da Câmara Municipal de Santa Comba Dão avançar com um projecto de Museu Salazar. O simples facto de escrever este nome, só por si, já é certeza de polémica, agora quererem fazer um Museu ao Professor António...imaginem.
Uma questão é abominarmos o homem e os seus ideais, o que até compreendo, sobretudo nas gerações mais velhas, outro assunto é desejar o apagar de memórias colectivas de um país, por acaso o nosso e de cerca de 40 anos de História deste canto de brandos costumes.
Sou da opinião firme que, independentemente das nossas cores políticas, nunca devemos tentar eliminar a nossa história nem esconder personagens ou locais. O passado é isso mesmo: PASSADO. Devemos tentar aprender com ele, com o bom e o mau, com o certo e o errado, só assim evoluímos. Um País com medo da sua história, com vergonha das pessoas que a fizeram será sempre um País fraco e cobarde.
E por favor não demonizem o Estado Novo, foi um período histórico, cronológicamente datado e ultrapassado, com ideias ajustadas ao seu tempo, tal como aconteceu em tantos outros países da velha Europa. Não fomos nem mais nem menos, nem sequer diferentes...fomos arrastados na corrente nacionalista do século XX.
O Museu Salazar pode e deve ser criado, mais não seja para podermos aprender com os erros cometidos no passado. Posso não ser de esquerda, mas nunca me passaria lutar pelo apagão do Verão quente de 1975 (grande ano por sinal). As liberdades são isto mesmo, poder haver espaço para todas as opiniões sem atropelos. Bem Haja!