quarta-feira, dezembro 29, 2010
segunda-feira, dezembro 27, 2010
Silêncio
Dá-me força para lutar contra o sentimento instalado que me corrói,
Dá-me ânimo e coragem para ser melhor, ser mais elevado que a podridão circundante.
Dá-me alegria, forma de ver o mundo colorido e não a penumbra em que me encontro,
Dá-me energia para ser novo - mais eu, menos plástico.
Dá-me tranquilidade, silêncio apaziguador...
Dá-me... faz-me querer respirar, faz-me querer viver...
domingo, dezembro 05, 2010
segunda-feira, novembro 22, 2010
Longas Facas do Verbo
As noites em vão, pensamentos violentadores da mente,
Dores invisíveis, feridas profundas que não se veêm,
Sente-se a aflição lancinante do controlo das coisas
Que foge entre dedos, entre palavras (mal) ditas,
Desnecessárias e abusivas, verdadeiras facas do verbo
Que rasgam sem piedade as parcas defesas que resistem.
Pontas aguçadas perfurantes da frágil couraça que levanta
Quem pouca força tem já para se resguardar...
Porquê? Para quê?...
Dores invisíveis, feridas profundas que não se veêm,
Sente-se a aflição lancinante do controlo das coisas
Que foge entre dedos, entre palavras (mal) ditas,
Desnecessárias e abusivas, verdadeiras facas do verbo
Que rasgam sem piedade as parcas defesas que resistem.
Pontas aguçadas perfurantes da frágil couraça que levanta
Quem pouca força tem já para se resguardar...
Porquê? Para quê?...
sábado, outubro 30, 2010
Caretos de Podence
"Os caretos representam imagens diabólicas e misteriosas que todos os anos desde épocas que se perdem no tempo, saem à rua nas festividades (...) interrompendo os longos silêncios de cada Inverno, como que saindo secretos e imprevisiveis dos recantos de Podence, surgem silvando os Caretos e seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas."
Celebram a despedida do Inverno e a chegada da Primavera no ritual pagão do carnaval, vem de tempos imemoriais, das festas Saturnais Romanas, acalmando a ira dos Deuses para favorecer as colheitas. A dupla máscara relembra Jano, Deus do passado, futuro e presente, deus das entradas e portões, da guerra e da paz, dono de todos os principios...
Homens, jovens e não só resguardam-se no anonimato da máscara e soltam o inferno, ainda que suave, na aldeia transmontana de Podence. Tudo é permitido durante dois dias no ano.
A tradição vive e floresce, fruto da força e teimosia de muitos...
Após meses de espera, consegui este exemplar de máscara dos Caretos de Podence. Sempre tive um fascinio por máscaras tradicionais e é um objectivo de vida recolher sempre que possível máscaras que façam parte da nossa etnografia, das nossas origens como povo.
A próxima, assim me permita o orçamento familiar, será a dos Caretos de Lazarim...
Um obrigado especial a quem ma ofereceu, mesmo com atraso de meses :)
quinta-feira, outubro 14, 2010
Regenera-me...
O mato verdejante das últimas chuvas
Contrasta com o negrume dos céus outonais
Gosto de constrastes, aprecio os caprichos naturais
Identifico-me com eles, com os jogos sedutores
Da beleza simples e de certa forma complexa que me rodeia
Sinto o ar fresco da noite que se inicia
O frio que regenera e obriga a viver.
Ao longe a voz grossa das correntes marítimas
O sopro do vento na areia das dunas desertas
Sinto-me vivo...
Sinto-me...
segunda-feira, outubro 04, 2010
sexta-feira, outubro 01, 2010
Livro de Cabeceira XIV
Mais um autor nacional, mais uma agradável surpresa. Tiago Rebelo, jornalista da TVI retrata nestas páginas, o sonho de um jovem dos bairros desfavorecidos dos suburbios de Lisboa, que tudo faz para cumprir o seu objectivo de sempre: Ter poder e liderar o País! Não importa como nem com que meios...
Um policial de contornos políticos, actual, que toca no submundo da extrema direita e levanta a crosta da ferida...A democracia não é inviolável nem sagrada!
Um livro de fácil leitura, interessante q.b. e fiel aos cenários lisboetas onde se movimentam os personagens.
Aconselho.
quarta-feira, setembro 22, 2010
Férias cerebrais
Por regra, as férias que gozo tento que sejam culturalmente enriquecedoras: visitar uma cidade, conhecer tradições, paisagens protegidas, enfim... dar alguma utilidade ao tempo para além do propósito básico das ditas vacanças - DESCANSAR.
Desta vez foi mesmo uma semana para dar uma pausa ao cerebro (ou quase). Praia e piscina, piscina e praia. Um convite ao fio de baba e à arte bem fazer nada...Ócio completo.
Confesso que também soube bem. Fica o enriquecimento cultural para outra altura. Mais dias virão...
sexta-feira, setembro 03, 2010
sábado, agosto 07, 2010
segunda-feira, julho 26, 2010
Segundo o muito fiável e fidedigno sítio I Write Like: http://iwl.me/ , a minha escrita assemelha-se à de Stephen King...
I wish!
I wish!
terça-feira, julho 06, 2010
Agora é o tempo...
Agora é o tempo...
Agora preciso de ti.
Não depois,
Não amanhã,
Não noutro dia...Hoje!
Hoje quero sentir,
Não posso iludir mais,
Acreditar no sonho e no mito
Sem poder sentir algo de alcançável,
Algo visível, palpável...
Algo que me possa agarrar
Nos momentos mais negros do meu ser.
Nunca fui crente,
Nunca consegui ter grande fé
No que não vejo ou sinto.
Mas creio em ti!
Creio em mim.
Ajuda-me a crer em nós...
Agora preciso de ti.
Não depois,
Não amanhã,
Não noutro dia...Hoje!
Hoje quero sentir,
Não posso iludir mais,
Acreditar no sonho e no mito
Sem poder sentir algo de alcançável,
Algo visível, palpável...
Algo que me possa agarrar
Nos momentos mais negros do meu ser.
Nunca fui crente,
Nunca consegui ter grande fé
No que não vejo ou sinto.
Mas creio em ti!
Creio em mim.
Ajuda-me a crer em nós...
quinta-feira, junho 24, 2010
Mors Principium Est
Respiro do oxigénio rarefeito
Reciclado, saturado, artificial
Um lixo gasoso que me prende
À sobrevivência do corpo.
A alma, o verdadeiro ser
Essa já voou, já soltou amarras
E segue livre finalmente.
Livre como sempre desejou ser
Nunca corajosa para se ousar
Livre de forma assustadora
Quase vertiginosa
Sentimento virgem,
Atemorizante e ébrio.
Descarrega-se o Medo,
Vence-se o Medo,
Morre o Medo
...e sim...
Sou Livre!
O corpo..?...esse fica.
Despojo imóvel como sempre,
Desnecessário e usado...
Reciclado, saturado, artificial
Um lixo gasoso que me prende
À sobrevivência do corpo.
A alma, o verdadeiro ser
Essa já voou, já soltou amarras
E segue livre finalmente.
Livre como sempre desejou ser
Nunca corajosa para se ousar
Livre de forma assustadora
Quase vertiginosa
Sentimento virgem,
Atemorizante e ébrio.
Descarrega-se o Medo,
Vence-se o Medo,
Morre o Medo
...e sim...
Sou Livre!
O corpo..?...esse fica.
Despojo imóvel como sempre,
Desnecessário e usado...
sábado, junho 19, 2010
Livro de Cabeceira XIII
Como já devem ter percebido, tornei-me um acérrimo adepto e consumidor deste autor Português. Lisboa Triunfante versa mais uma vez a mitologia lusa, em especial a criação de Lisboa e a luta cosmológica entre duas figuras miticas que estão na origem da capital Portuguesa. Duas figuras dispares que se complementam que se envolvem numa disputa milenar, dando o equilibrio necessário ao nascimento da Lisboa moderna, que afinal tanto possui ainda de mitos e lendas carregadas de sentidos ocultos. Desde a pré-história aos dias de hoje, acompanhamos pelos olhos de personagens históricas, como Frei Gil de Santarém, o santo que fez um pacto com o demónio, D. João V, o Rei Sol Português, crente no V Império e o escritor Aquilino Ribeiro, estes contactos "casuais" com a Raposa e o Lagarto, icones e/ou totens sacro-profanos desta terra que hoje ocupamos. Confundidos com o relato? Leiam e façam a vossa própria interpretação...
segunda-feira, junho 14, 2010
O ultimo cigarro
Fumou o último cigarro do maço
Já desbotado, que vivia dentro do bolso
Enquanto ponderava nesse cérebro confundido
de cansaço e demência, o que fazer...?
Talvez o cigarro lhe desse a resposta.
Admirou o laranja vivo que o consumia e fazia morrer.
Seria mera morte ou apenas transformação?
Afinal a morte do cigarro dava lugar
Ao nascer do fumo pardo
Intoxicante e viciador...
Pensou no que tem e sobretudo, no que perdera
Ao longo do caminho demasiado longo,
Satisfez-se ao reparar que as perdas
Já não magoavam assim tanto,
Já não asfixiavam como antes,
Não passavam agora de pedras pequenas
Na paisagem deserta da vida.
No fim de contas era a única coisa
que quebrava a monotonia do horizonte da memória...
Já desbotado, que vivia dentro do bolso
Enquanto ponderava nesse cérebro confundido
de cansaço e demência, o que fazer...?
Talvez o cigarro lhe desse a resposta.
Admirou o laranja vivo que o consumia e fazia morrer.
Seria mera morte ou apenas transformação?
Afinal a morte do cigarro dava lugar
Ao nascer do fumo pardo
Intoxicante e viciador...
Pensou no que tem e sobretudo, no que perdera
Ao longo do caminho demasiado longo,
Satisfez-se ao reparar que as perdas
Já não magoavam assim tanto,
Já não asfixiavam como antes,
Não passavam agora de pedras pequenas
Na paisagem deserta da vida.
No fim de contas era a única coisa
que quebrava a monotonia do horizonte da memória...
sábado, junho 12, 2010
Viagens
quarta-feira, junho 09, 2010
Pego do Inferno
Esta é uma das descobertas dos curtos dias de férias que passei no sudeste algarvio.
Fica no interior do municipio de Tavira, mas é relativamente fácil de dar com o sítio.
O Pego do Inferno é uma (muito) agradável surpresa, um acidente geológico muito raro na paisagem algarvia, senão único mesmo. A cascata em si não é muito alta, cerca de 3 metros de altura, mas a envolvente da lagoa associada à cor das águas...é de visitar e aproveitar.
domingo, maio 23, 2010
Vagas...
Um corpo cheio de nada e tanta coisa,
Bens preciosos ou restos de zero,
Corpo que vagueia, farol solitário.
Embarco nesta vida,
Vida de sofrer, de amar e morrer,
Flutuo no vazio, no vácuo,
Incendeio-me como fogo-fátuo
Morte atroz ou solução?
Sofrimento ou ilusão?
Deixa-me aqui
Neste corpo onde embarquei,
E sem leme, vagueei à deriva,
Do sentir e de criar,
Do sorrir e de chorar,
Sem nunca (me) encontrar,
Nem afundar,
Sobrevivo, flutuo...
Ao sabor das vagas do mundo.
quinta-feira, maio 13, 2010
Livro de Cabeceira XII
Mais um livro de David Soares, mais uma excelente peça literária que combina história e ficção.
Evangelho do Enforcado conta-nos a história de Nuno Gonçalves, nascido pobre mas com o dom sobrenatural para a pintura, vive entre a vontade de vencer na vida e os seus monstros internos que o "obrigam" a matar para se satisfazer.
Nuno Gonçalves é o suposto autor de uma das obras de arte mais enigmáticas existentes em Portugal - os chamados Painéis de S. Vicente, expostos no Museu Nacional de Arte Antiga - cuja encomenda pelo Regente D. Pedro, visa enaltecer o martírio do seu irmão D. Fernando, aprisionado e posteriormente morto na cruzada falhada contra Tânger. Só que a visão peculiar de Nuno Gonçalves deturpa toda a intenção do Regente e cria uma obra polémica e brilhante ao mesmo tempo.
O livro retrata de forma pungente a sede de poder e as intrigas palacianas numa Lisboa medieval, bem como faz uma viagem esclarecida ao mundo da pintura e da psicopatologia que atormenta o personagem principal, fazendo mais uma vez a ponte entre realidade e ficção, entre profano e sagrado, mostrando ao comum mortal a riqueza simbólica e esotérica do nosso Portugal.
Aconselho vivamente...
segunda-feira, maio 10, 2010
Solidão...
Solitário, sempre solitário...
Profundo, dormente.
Respiro e sinto o mal,
A magia, a dor final.
O vício que tende a vencer,
A dor que teima em ficar.
De que vale sentir,
Quando não sentimos o que queremos?
Profundo, dormente.
Respiro e sinto o mal,
A magia, a dor final.
O vício que tende a vencer,
A dor que teima em ficar.
De que vale sentir,
Quando não sentimos o que queremos?
terça-feira, abril 27, 2010
Mors osculi
"E silente, à nossa frente, estava velado o negro portal, que todos os mortais atravessam: estrelas silenciosas pairavam sobre nós e mudos eram os túmulos enterrados no solo." In O Evangelho do Enforcado de David Soares
domingo, abril 18, 2010
Livro de Cabeceira XI
Mais um livro que versa temas que me são queridos - Sintra, Fernando Pessoa e Mística. Desta vez escrito por uma Catalã - Passageiros da Neblina - interpreta a misteriosa visita de Crowley a Pessoa, dando-lhe formato de policial com laivos de fantástico.
Com saltos temporais, a maioria da história desenvolve-se em volta da investigação criminal de homicidios acontecidos na pacata Vila de Sintra, em meados do séc. XIX, com muito que rodeia estes crimes a não poder ser explicado senão à luz do esoterismo e da magia.
Um livro com grande potencial, tanto pelos personagens como pelo palco onde se desenrola, mas que acaba por desiludir pela simplicidade e banalidade com que se desenvolve. Fica uma tentativa, para mim falhada, de abordar temas tão misteriosos e interessantes quanto estes.
quinta-feira, abril 15, 2010
quarta-feira, abril 07, 2010
Pormenores de Praga
Leão Vermelho
Serpente de Ouro
A Chave Dourada
Cordeiro Vermelho
Cordeiro Vermelho
Medusa
Em Praga gostei sobretudo de certos pormenores...
Em Praga gostei sobretudo de certos pormenores...
É uma Cidade de uma beleza arquitectónica unânime, um centro histórico bem tratado mas que me desiludiu pelo excesso de turismo de massas, o turismo dos putos, do alcool e da loucura. As lojas pecam por aí, por venderem bugigangas iguais a tanto outro ponto do planeta e com o intuíto do dinheiro fácil. Comparativamente, achei Budapeste muito mais genuína, mais o Leste que eu estava à espera. Enfim...prefiro deixar o que de bom vi, o que pude apreciar. Este é um dos posts que pretendo fazer sobre essa viagem recente.
Havia em Praga, uma tradição trazida pela Imperatriz Maria Teresa de Austria, de substituir os banais números das portas das casas por símbolos alegóricos, organização tradicional dos Habsburg. Na maioria da Cidade já desapareceram quase por completo, mas na Rua Nerudova ainda se podem apreciar muitas destas peças de arte. Muitos deles de simbologia alquímica, o seu significado perdeu-se entretanto na noite dos tempos. Fica o registo fotográfico desta pequena preciosidade...
quarta-feira, março 10, 2010
O tecto escuro que me acolhe, enegrecido pela sujidade e pelo tempo
Já não me parece ser o mesmo do início das horas...
Aquelas horas mortas em que olhava para nada e pensava tudo.
Naquelas horas onde tudo pode ser e nada é,
Deitado, olhos no tecto sujo e sombrio,
Passam por mim mundos passados e sonhados,
Num delírio fugaz que me deixa calmo e apaziguado
Sonharei eu os mesmos sonhos que tu...?
sexta-feira, março 05, 2010
Silêncio Involuntário
domingo, janeiro 31, 2010
Mosteiro de Sanfins - Valença
Igreja do Mosteiro
Pormenor da entrada da igreja - Serpente
Ruinas dos Claustros e restantes edificios
Pormenor da entrada da igreja - Serpente
Ruinas dos Claustros e restantes edificios
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