domingo, maio 23, 2010

Vagas...

Embarco sozinho neste corpo,
Um corpo cheio de nada e tanta coisa,
Bens preciosos ou restos de zero,
Corpo que vagueia, farol solitário.
Embarco nesta vida,
Vida de sofrer, de amar e morrer,
Flutuo no vazio, no vácuo,
Incendeio-me como fogo-fátuo
Morte atroz ou solução?
Sofrimento ou ilusão?
Deixa-me aqui
Neste corpo onde embarquei,
E sem leme, vagueei à deriva,
Do sentir e de criar,
Do sorrir e de chorar,
Sem nunca (me) encontrar,
Nem afundar,
Sobrevivo, flutuo...
Ao sabor das vagas do mundo.

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