Uma morte recente fez-me regressar e pensar no passado, o passado familiar, as raízes e origens que tantas vezes traçam o meu caminho e tantas outras esqueço de escrever, como sabiamente me alertaram…”para que a história não se apague..”
As memórias velhas de anos já longínquos para mim de férias na aldeia dos bisavôs maternos, da casa do fogo sempre aceso, verão ou Inverno, pois era o fogão dos simples, das noites à volta dele enrolados em estranhas histórias sobre a casa e sobre a quinta centenária onde trabalharam décadas, das capacidades indesejadas do bisavô, amaldiçoando passá-las para as filhas, das visões e experiências sussurradas em surdina pelos mais novos, sob o olhar de reprovação e tristeza do velhote, já cansado mas com o olhar vivo dos sábios homens da terra…
Recordo-me perfeitamente de uma noite em que tinha caído um temporal de verão e instalou-se um calor sufocante e húmido, olhar do quintal já escuro da casa para o cemitério da aldeia, ao longe e ver dezenas de pequenas luzes a brilhar por cima dos túmulos. A explicação científica que eram fogos-fátuos logicamente não entrou na cabeça de uma criança curiosa mas rodeada de histórias e factos estranhos para quem vinha da "cidade".
Recordo agora com carinho e saudade esses dias e essas noites de palavras e expressões estranhas que tanto puxavam pela minha imaginação.
Ao voltar aquela casa, agora vazia, aquele quintal abandonado, onde os frutos ainda teimam em nascer, confesso que as lágrimas escorreram, como se tivesse reencontrado uma parte de mim que sabia perdida mesmo sem dar conta…obrigado...
As memórias velhas de anos já longínquos para mim de férias na aldeia dos bisavôs maternos, da casa do fogo sempre aceso, verão ou Inverno, pois era o fogão dos simples, das noites à volta dele enrolados em estranhas histórias sobre a casa e sobre a quinta centenária onde trabalharam décadas, das capacidades indesejadas do bisavô, amaldiçoando passá-las para as filhas, das visões e experiências sussurradas em surdina pelos mais novos, sob o olhar de reprovação e tristeza do velhote, já cansado mas com o olhar vivo dos sábios homens da terra…
Recordo-me perfeitamente de uma noite em que tinha caído um temporal de verão e instalou-se um calor sufocante e húmido, olhar do quintal já escuro da casa para o cemitério da aldeia, ao longe e ver dezenas de pequenas luzes a brilhar por cima dos túmulos. A explicação científica que eram fogos-fátuos logicamente não entrou na cabeça de uma criança curiosa mas rodeada de histórias e factos estranhos para quem vinha da "cidade".
Recordo agora com carinho e saudade esses dias e essas noites de palavras e expressões estranhas que tanto puxavam pela minha imaginação.
Ao voltar aquela casa, agora vazia, aquele quintal abandonado, onde os frutos ainda teimam em nascer, confesso que as lágrimas escorreram, como se tivesse reencontrado uma parte de mim que sabia perdida mesmo sem dar conta…obrigado...
2 comentários:
Fico à espera de mais histórias. Só falta conseguires acender uma fogueira no blog :)
Não vai ser concerteza o comentario que gostaria de deixar por ser um assunto tão delicado...a vida espiritual, as presenças que sempre nos acompanham, as experiencias que vivemos e tentamos negar, so porque é mais facil ignora-las do que encontrar uma explicação aceitavel para nós ou para quem nos rodeia e é mais ceptico.
Viver entre dois mundos não é fácil, mas é fascinante, absorvente, apaixonante, alimenta-nos por dentro e dá-nos força e esperança para o que há de vir, pelo menos não nos sentimos sós..ou sentimos? Este assunto merecia um longo texto.
Um beijo gordo e obrigada por partilhares mais esta experiencia conosco. Fico á espera de mais confissões...
Acrescento também os meus parabens sinceros por confessares a quem te escuta com fidelidade que és sensivel ao ponto de chorares..porque um homem também chora, quando assim o sente e quando é especial e sensivel.
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