domingo, outubro 11, 2009

Vidas escondidas

Das fontes e regatos milenares,
Das aguas sempre renovadas
Em eterna passagem pelas pontes ancestrais
Dos murmúrios e ladainhas de anciãos
Ali se preservam as almas escondidas
Os votos velados de tradição

As matas imutáveis que nos abraçam,
O nevoeiro místico que me guarda ao cair da noite
Os uivos dos lobos perdidos, as velhas magias e poções
Tudo me regenera, tudo me atrai…

Não sinto medo, sinto respeito,
Não me assustam, fascinam-me,
Fazem-me procurar mais, ver para além do óbvio,
E imaginar os tempos antigos, a escuridão, o isolamento,
Os mitos, as lendas que perduram nas mentes fechadas…
Porque assim aprenderam, porque assim teve de ser

A civilização não os entende, chamam-lhes loucos
Estranhos, excêntricos e pobres de espírito.
Exactamente o contrário, mulheres e homens talhados
Na pedra e nas serranias que os rodeiam,
Seres em comunhão com os mistérios da terra.

O garrano livre que pasta, o predador que mata para ser,
E o homem aprende a (sobre) viver neste mundo que não é dele…

4 comentários:

Anónimo disse...

Muito bonito!!

sérgio alcântara disse...

Agradecido...

Rubi disse...

Lugar mágico, esse...

sérgio alcântara disse...

Verdade, houve locais que me surpreenderam apenas por ainda existir...A serra da Peneda vale mesmo a pena.