quinta-feira, junho 18, 2009

Livro de Cabeceira VII


Depois de uma semana a queimar a pouca inteligência que reside em mim por causa dos exames, escrevo estas linhas para apresentar um livro, que pela minha repetitividade, já devem estar fartos dele - Comboio Nocturno para Lisboa. Mesmo correndo esse risco eu escrevo porque foi um dos livros que mais me marcou nos últimos tempos.

A história? Em traços largos, tudo começa numa manhã chuvosa em Berna. Uma mulher tenta saltar da ponte no centro da cidade e Raimund Gregorius, um professor de Grego e Latim, com uma vida enfadonha, evita o acto de suicidio e surpreende-se com a sonoridade de uma palavra proferida pela mulher: "Português", quando este lhe pergunta que lingua fala.

A partir daqui e da aquisição por mero acaso, de um livro de um médico português membro da resistência ao Estado Novo, toda a vida daquele professor muda, vendo-se de um momento para o outro no comboio para Lisboa, uma cidade desconhecida.

Um livro que retrata a Lisboa de hoje e a de outros tempos, a vida questionada pelo médico do passado e pelo professor do presente, que deseja respirar os mesmos ambientes, conhecer as mesmas pessoas que o homem que lhe mudou o rumo com as questões que colocou. Uma descoberta da própria vida pelas mãos de outro, morto 30 anos antes.

Figura brilhante desde a infância, Amadeu Prado, o nome do médico, caiu em desgraça perante a população que tratava muitas vezes gratuitamente, por salvar a vida do chefe da PIDE.

A partir dessa data envolve-se numa espiral de auto-destruição e pensamentos vertiginosos, vindo a tornar-se resistente ao regime de Salazar para expiação do pecado cometido com o chefe da PIDE.

Este livro já vendeu milhões de exemplares por toda a Europa, criando uma expressão idiomática com o próprio titulo do livro - Comboio Nocturno para Lisboa - passou a ser um sinónimo para quem quer mudar de vida radicalmente, trazendo milhares de turistas a Lisboa em busca de Amadeu Prado.

O autor, Pascal Mercier - pseudónimo literário do filósofo Peter Bieri, explica a escolha de Lisboa como palco do romance por ser uma cidade com ares do século XIX, com uma cultura muito própria e por Salazar - "não era como Hitler ou Mussolini, era inteligente e culto, de uma brutalidade subtil e perigosamente encantador". Este filósofo apaixonado por Pessoa, acaba por escrever um Livro do Desassossego com as palavras de Amadeu Prado. Com apontamentos simplesmente brilhantes...

sábado, junho 13, 2009

"Intimidade Imperiosa"


Mais um excerto do livro que ameaça tornar-se uma leitura recorrente: "Na intimidade estamos entrelaçados um no outro, e os laços invisíveis são como correntes libertadoras. Esse entrelaçamento é imperioso: exige exclusividade. Partilhar é atraiçoar. Mas nós não gostamos, amamos e tocamos apenas uma única pessoa. O que fazer então? Gerir as várias formas de intimidade? Impor uma contabilidade pedante sobre os temas, palavras e gestos? Sobre o saber e lugares comuns? Seria um veneno a pingar silenciosamente, gota a gota..." in Comboio Nocturno para Lisboa

segunda-feira, junho 08, 2009

Fragmentos da costa alentejana

Lapa da Pombas - Almograve

Rochedo com ninhos de cegonhas - entre a Zambujeira e a
Entrada da Barca (porto de pesca artesanal)

Um dos ninhos

Pormenor geológico na Entrada da Barca

quinta-feira, junho 04, 2009

1997-2009

Pumba da Casa do Lameiro
Nascido a 22 de Novembro de 1997 - Falecido a 03 de Junho de 2009
Filho de Mayflower dos Sete Moinhos e de Anita do Vale de Amorim.
Obrigado cão maluco por estes quase 12 anos de cãopanhia, muita patetice e teimosia, simplesmente obrigado...
(Vou pensar em ti nos relvados de Monserrate, onde chegaste a correr feliz)