sábado, março 22, 2008

Elogio Fúnebre


Desces lentamente à Terra
Desces sem volta a dar
Olhos fechados
Corpo frio de silêncio
Quarto escuro de recolhimento
sonho do qual não irás acordar

Nada mais receberás
Nem um beijo, nem uma carícia
Nem uma lágrima verterá
Já nada és...
Fica a lembrança dos outros
Boa ou má, tanto te dá

Já ninguém sabe de ti
Passaram os tempos
Nada contas
Apenas mais uma pedra
Num jardim de tantas outras

Desces já à terra
E há flores em tua volta
Desces à terra
Não fazes falta...

7 comentários:

Anónimo disse...

á terra desces...
em pó te transformas...
fica a lembrança...
presente nas nossas memórias...
na dos que nos amaram...
na dos que nos odiaram...
mas...
fica a lembrança...

continua menino...
Renato

Anónimo disse...

Muito bonito!

Bj
Ana

Anónimo disse...

E porque é que achas que é mesmo assim?
Porque é que não és nada?
Nunca morres na memoria de quem deixas saudade quanto ao resto, passas a outra dimensão e a ser algo diferente, mas terás sempre forma e energia, serás sempre algo e nunca o mesmo, sempre em mudança e sempre em transformação. A vida na terra é só uma passagem...

Liadan disse...

Olá,

apreciei bastante o poema. Profundo.

Mas deixo-te a seguinte questão: já leste o Fédon?

Liadan

Unknown disse...

Nunca li, sei por alto do que trata mas vou procurar saber mais...
Irei visitar o teu blog
Até breve

Liadan disse...

É um livro pequeno mas com muito conteúdo. Como tive Filosofia de 12º ano cruzei-me com esta obra.
Recebes-te o meu convite?

Blessings

Lia

Anónimo disse...

ás vezes nem é preciso descer à terra...