O título é de uma reportagem da TSF que ouvi ao vir para casa.
Tratava de uma tradição viva ainda em muitas Aldeias e Vilas de Portugal, sobretudo no Norte e Nordeste, a Divisão das Águas das fontes comunitárias, essencial para as regas no período do Verão de modo a evitar conflitos e mortes anteriormente ocorridas por causa do “sangue da terra”.
Existem nesses locais ordens ancestrais, que se transmitem de forma oral de pai para filho, durante centenas de anos, que ensinam a dividir as horas das regas pelos proprietários das terras cultivadas.
Se há aldeias onde essa divisão se faz contabilizando apenas as horas diurnas, noutras até a noite cerrada serve para regar o sustento da família, assistindo-se à passagem de vultos a caminho das hortas madrugada dentro…
Outras Aldeias há onde apesar de existirem autoridades oficiais (Junta de Freguesia) a repartição é feita por elementos escolhidos entre os bons homens da terra, os chamados Louvados, sobre a palavra dos quais não há alteração a fazer. São eles que juntam o povo e para além de promoverem a limpeza das condutas de rega, fazem a chamada Louvação, a divisão em partes proporcionais entre tamanho da propriedade e horas de rega.
Curioso é ainda a atribuição de nomes às águas, consoante saem às 10h00 ou ao meio dia, a água do Júlio, a da Pedra, cujas origens se perdem nas memórias de quem já partiu também.
Assim se fortalecem os laços comunitários, tão importantes em localidades pequenas e esquecidas pelo resto do mundo, onde a lei ainda é feita por quem lá sofre e (sobre) vive…
As vozes captadas nestas reportagens e os sons da terra e do seu trabalho quase me fazem sobrevoar o mundo banal para sentir os cheiros e ver as cores do lado de lá…Parabéns TSF
Tratava de uma tradição viva ainda em muitas Aldeias e Vilas de Portugal, sobretudo no Norte e Nordeste, a Divisão das Águas das fontes comunitárias, essencial para as regas no período do Verão de modo a evitar conflitos e mortes anteriormente ocorridas por causa do “sangue da terra”.
Existem nesses locais ordens ancestrais, que se transmitem de forma oral de pai para filho, durante centenas de anos, que ensinam a dividir as horas das regas pelos proprietários das terras cultivadas.
Se há aldeias onde essa divisão se faz contabilizando apenas as horas diurnas, noutras até a noite cerrada serve para regar o sustento da família, assistindo-se à passagem de vultos a caminho das hortas madrugada dentro…
Outras Aldeias há onde apesar de existirem autoridades oficiais (Junta de Freguesia) a repartição é feita por elementos escolhidos entre os bons homens da terra, os chamados Louvados, sobre a palavra dos quais não há alteração a fazer. São eles que juntam o povo e para além de promoverem a limpeza das condutas de rega, fazem a chamada Louvação, a divisão em partes proporcionais entre tamanho da propriedade e horas de rega.
Curioso é ainda a atribuição de nomes às águas, consoante saem às 10h00 ou ao meio dia, a água do Júlio, a da Pedra, cujas origens se perdem nas memórias de quem já partiu também.
Assim se fortalecem os laços comunitários, tão importantes em localidades pequenas e esquecidas pelo resto do mundo, onde a lei ainda é feita por quem lá sofre e (sobre) vive…
As vozes captadas nestas reportagens e os sons da terra e do seu trabalho quase me fazem sobrevoar o mundo banal para sentir os cheiros e ver as cores do lado de lá…Parabéns TSF
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