domingo, abril 29, 2007

Por quem os ferros dobram...

Um dos conjuntos que mais me impressionou na visita ao Cemitério de Agramonte foi este Memorial.
Aqui, em 1888, foram depositados em vala comum 88 dos 120 corpos carbonizados retirados dos escombros do desaparecido Teatro Baquet, situado na actual Rua 31 de Janeiro, perto do Teatro Sá da Bandeira, que durante uma peça na noite de 20 para 21 de Março daquele ano sofreu um violento incêndio com 600 almas no seu interior.
O Teatro já tinha sido "amaldiçoado" quando ao ser inaugurado, em 1859, a Rainha D. Estefânea faleceu, o que para o povo não foi um bom augúrio.
O Memorial é simples, mas a ideia de colocar nele os restos mortais do próprio edificio, retorcidos e moribundos, tocou e arrepiou este que vos escreve...
R.I.P.

2 comentários:

Rubi disse...

Que ideia estranha, mas acho que foi uma forma daquelas pessoas enterrarem também o teatro. Já se sabe como é a superstição...

sérgio alcântara disse...

O memorial em si, não é uma grande obra arquitectónica, muito pelo contrário. Talvez por isso, pela simplicidade e carga simbólica me tenha tocado tanto de uma forma tão primária.