Não te preocupa que te atormentem os sonhos, quase ao ponto de pesadelos? Aparecer sem pedir licença, sem anunciar, antes de entrar no teu ser pela porta mais escondida?
Guardem todo o rol de letras que surgem, pois apenas fui o escriba do tormento, a forma física de reaparecer no mais alto e escuro mundo onde sempre vivi e de onde tento fugir há anos, fingindo ser quem não sou. Viver como não sei, gostar como não gosto, não da forma mais pura e dura, aquela que satisfaz, aquela que satisfaz o outro...o mais forte.
Tento desempenhar um papel para o qual não fui talhado, quando na verdade anseio por mostrar a espinha, as entranhas ávidas de tudo quanto me proíbo...não sou eu, é apenas uma sombra do que poderia ser.
Quero mais, muito mais, tanto que não serei eu a saciar, mas posso ser o veículo da metamorfose, ser o objecto da demência, até assumir de uma vez tudo o que descansa dentro deste corpo banalizado.
Liberta o sopro da natura selvagem, como litânia cantada nas profundezas do oceano mais negro, vive a vida como se não existisse outra, pois essa, infelizmente é a crua realidade.
quarta-feira, março 21, 2007
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6 comentários:
Já me apercebi que por vezes a linha que separa o sonho do pesadelo é assustadoramente ténue... Vi-me ao espelho em muito do que escreveste.
nota: estou sem internet em casa por tempo indeterminado, mas depois posso enviar-te Beltaine.
O fantasma voltou?! Surpreendente! Será que não vês que não há espaço para ti!!! És constantemente apagada...e fraca, porque na realidade não existes!
Os sonhos e os pesadelos só nos afectam se deixarmos...
Beijos
Um estranho estado de latência...
Non omnis moriar...
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