Li este fim de semana, um artigo sobre um cidadão deste país que, para além da sua actividade profissional (restauração), dedica-se também a contar e recolher histórias portuguesas que conta ao fim do serão no seu restaurante em Tentúgal.
Faz este senhor também questão de manter certas tradições bem nossas. Como a época que vivemos é natalícia, o assunto também o era.
É bom saber que há pessoas que teimam, contra tudo e contra quase todos, manter esses costumes, como a adoração do menino Jesus em vez do imposto Pai Natal. Era a criança a figura central e não a figura importada com sabor a Coca-Cola.
Outra das tradições quase perdidas é a lareira de Natal, acesa uns dias antes só apagada no dia de Reis, de preferência alimentada com lenha "emprestada" pelos vizinhos. Claramente um ritual pagão, para iluminar a noite mais escura do ano, o Solstício de Inverno, mas que ainda sobrevive em terras do interior lusitano, onde o baptizaram de madeiro fazendo-o no adro da igreja, reunindo a população em redor da luz.
A colocação de um lugar na mesa da consoada que permanece vago é a tradição que mais me impressionou. O lugar dos que já partiram. O respeito pelos falecidos e a demonstração que por partirem deste mundo, não partem do pensamento da família e dos amigos... o lugar está lá e pode ser ocupado quando o desejarem.
Pessoalmente não coloco qualquer adorno natalício em casa por uma questão de respeito conjugal e por uma certa descrença no Natal actual, mas há espíritos natalícios (ou não) que devem permanecer intactos apesar do passar dos anos...
1 comentário:
Também li esse artigo e algumas das tradições ainda me apanharam. Os meus avós (porque os meus pais nunca cultivaram qualquer mistério à volta das prendas) sempre me disseram que era o menino jesus que trazia as prendas, e à noite depois da entrega das ditas ìa-se ver o madeiro arder no largo principal da vila.
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