Um dia beberás as lágrimas sombrias,
Do mesmo sabor que as correntes no meu rosto.
Um dia sentirás o desprezo amargo,
Idêntico ao que vive agora no meu corpo cansado.
Um dia, talvez um dia terás a noção
Da dor que criaste.
Do azedume que alimentaste,
Com essa humilhante indiferença.
Um dia esgotarás as taças de agonia
que se enchem com o ódio que nasce
Hás-de olhar para essas mãos vazias
que um dia se encheram de esperança.
E aí hei-de encontrar
O teu incerto olhar, a tua magoa perdida
Vagueando, por entre fantasmas do passado,
Em buscas infrutíferas por algo que já foi teu.
Um sorriso, um enigmático sorriso,
Tristeza, indiferença, quiçá,
mas apenas um sorriso como resposta...
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