sábado, janeiro 31, 2015

Tu!


(Carlos Schwabe)

Tu nem sabes...
Tu nem sonhas o que sonho
Tu nunca sentirás o desejo
Nem te aproximarás na mais fértil imaginação.

Tu...
Nunca chegarás a perceber, 
o saborear os doces momentos
a magia profana dos corpos
a dança mística dos seres

Tu...
Ficaste no caminho,
à sombra do conforto
comprometida com o certo
resignada ao destino

Tu...
Tanto que tens
Nada queres...



sexta-feira, janeiro 30, 2015

Morre-se...


Morre-se aos poucos...
Cada pedaço de insensibilidade mata,
Cada frase é uma agulha directa ao amago.

Morre-se diariamente.
Guarda-se as memórias felizes
e as outras também...
Mas morre-se cada dia,
Tornam-se as imagens um nevoeiro difuso e longínquo.

Morre-se assim, longe, frio, sem arrependimento...
Quase um nada que já foi tanto...
E morre-se...