terça-feira, abril 29, 2014

Razão?


Voltas e revoltas,
Inúmeras valsas de gente solitária
danças a um, em volta de outro
Beijos quase roubados,
Corpos que se prometem em surdina
Que se proíbem constantemente
Num carrossel de emoções
Numa montanha russa de sentimento
A razão que vence a insanidade
 
Até quando?
 
Deixa-te enlear na teia dos sentidos
Entrega-te ao doce veneno do zéfiro
que teima em sussurrar-te ao ouvido
palavras proibidas de desejo e loucura
 
Deixa-te embriagar no éter,
na promessa do carnal,
nas línguas que se cruzam
e humedecem os doces lábios
do vinho doce e velho...
 
Solta-te... vive!
Ou morre aos poucos... hiberna...

quinta-feira, abril 17, 2014

Livros dos desassossegos...




"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir..."
 
Bernardo Soares

segunda-feira, abril 07, 2014

Os anjos também se abatem

 
Tal como os seres mortais,
Também os anjos se abatem,
Também eles caem em desgraça,
Como tu, como eu...
 
Enleia-te no doce sabor do pecado,
Na tortura do proibido
Roça-te na carne quente e húmida
Ouve o sussurro do demónio que te tenta...
 
Anjo caído por terra,
Na sujidade das palavras mortais
Acorrentado pelo prazer visceral
Que não te deixam voar para longe
 
Rasteja, rasteja até à fonte de prazer
Aquele prazer que finges não querer,
Que finges não sentir,
Mas que desejas secretamente
No silêncio da noite, no escuro,
Enquanto Morfeu teima em não aparecer  

sexta-feira, abril 04, 2014

Despojos dos dias...



São restos de felicidade,
Despojos de dias alegres.
Esqueletos de outrora,
Risos passados,
Brisas agradáveis de tempos idos...
 
Passeios em família que já não existem
Corridas entre canais há muito esquecidas
 
São despojos... restos... esqueletos
São nadas que foram tanto.

quinta-feira, abril 03, 2014

Destino




                                                "Awakening the moon - Mark Ryden"


As inconstâncias do ser são como espadas afiadas que nos tolhem de surpresa,

Chicotes que nos surpreendem a cada dia, que nos vergastam a carne já curtida do passar dos tempos

Qualquer tentativa de previsibilidade deixa-nos desarmados,
O certo é incerto, o garantido foge-nos entre os dedos,
Tal como a terra escura que nos suja as mãos ao tentarmos abrir uma cova funda
 Onde nos enterrar e desaparecer para sempre…

Mais uma vez o destino troca-nos as voltas,
Faz-nos sentir o vórtice da náusea e desorienta-nos os objectivos.

Tal destino, tal vómito dos deuses, mereço-o?

Talvez sim… Talvez não…
A verdade é que nada mais me resta senão lutar contra ele!