domingo, agosto 18, 2013

La Sacristia - um segredo quase perdido

 
O que resta do monumento...

 
Pormenor dos anjos no arco

 
um tecto ogival de céu azul...

 
ruínas nas proximidades de La Sacristia

 
Pormenor da porta

 
Pormenor do arco
 
Estes retratos foram tirados no meio de nenhures, junto à fronteira Luso Espanhola. Como lá fui parar? Ora bem... após assistir à apresentação do livro do meu amigo e colega de escola Luís Corredoura com o titulo Nome de Código Portograal, ele mencionou alguns dos locais onde se desenvolve a história do mesmo, estando entre esses locais umas ruinas designadas popularmente por La Sacristia. Estas ruinas pertencem a uma igreja de estilo gótico, praticamente desaparecida e consumida pela natureza, mas com pormenores que nos fazem sonhar com a riqueza desta construção nos seus tempos áureos.
Fiquei curioso com a coisa e decidi perguntar ao Luís mais pormenores da localização, uma vez que, segundo ele, tal monumento encontra-se no meio de uma herdade, sem qualquer caminho, placa indicativa e guardado por bovinos à solta...
Com as preciosas indicações e ajuda desse amigo lá consegui encontrar a dita igreja que confirmo, não é tarefa fácil, pois para além de se encontrar numa propriedade privada onde deambula gado bovino à solta, só metade do percurso está reconhecível, sendo necessário saltar muros de pedra e vaguear pelo meio de mato da minha altura para lá chegar...
Recorrendo às coordenadas recolhidas num site da internet lá encontrei o pretendido e não me desiludiu.
Pouco se sabe desta igreja em ruinas, mas alguns sites da zona indicam que se trata de um templo do século XIII, construído para homenagear uma aparição mariana nas imediações e os habitantes de Villar de Ciervo ergueram então este templo dedicado à Vírgen del Valle, supostamente destruído durante a guerra da Sucessão no século XVIII entre as forças Portuguesas e Castelhanas.
Apenas resta o que se entende ser a sacristia da igreja que deveria ter cerca de 13x10 metros, onde se destacam a porta da sacristia com um arco de seis centros, no que se entende de influência hispano flamenca, bem como os restos do tecto ogival característico das construções góticas e a nascente um arco decorado com anjos e um jarrão de açucenas, presume-se das armas  da Catedral de Cuidad Rodrigo.
Fica ainda o registo de alguns nichos sepulcrais, sobretudo para crianças, dando a precepção que a igreja poderá ter sido um panteão de família...
Escreve-se assim mais um registo a juntar aos poucos que existem desta pérola (quase) secreta que repousa a escassos metros da fronteira Portuguesa, adormecida entre a natureza, testemunha dos séculos e das lutas constantes entre dois povos tão próximos e tão distantes por vezes...
 
Obrigado Luís Corredoura.
 
 
 

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