Apesar de reconhecer que muitas vezes tenho um cérebro mais complicado que desejaria, existem na minha vida coisas simples que se traduzem inexplicavelmente e de forma praticamente imediata numa sensação de prazer.
Talvez pela simplicidade das mesmas, talvez por me fazerem regressar a algo ou a um momento onde fui feliz no passado. Talvez por isso tudo...ou talvez por nada, não sei...
O prazer indescritivel que me dá cheirar a rua num dia de chuva e sentir os cheiros da terra e da erva molhadas misturarem-se;
Olhar para as cores da natureza à minha volta no Outono e o cheiro característico das castanhas e do musgo na floresta;
Passear sozinho numa praia deserta num dia de inverno, antes de uma tempestade e ouvir o mar em fúria;
Estar em casa e ler um livro em silêncio;
Voltar, vezes sem conta a Mafra, ao Jardim do Cerco e sentir uma paz interior tão grande que assusta...
Coisas simples que nos fazem sentir simples.
5 comentários:
Nem fazes ideia do quanto te compreendo!
Aliás, houve um trabalho que fiz na faculdade que se resumia exactamente a isso... um relatório visual (composto por imagens) de elementos "absorvidos" pelos nossos sentidos que disputam prazer/memórias recalcadas no nosso Eu.
Todos temos, no meu caso ainda acrescento aos teus, o cheiro da maresia, da relva acabada de cortar, do café moído... :)))
Se me permites, diria antes "coisas simples que nos fazem sentir grandiosos"...
E, afinal de contas, não são essas as melhores? Eu sei a que te referes quando dizes que tens um cérebro mais complicado do que o que desejarias... um dos meus ínumeros erros é (talvez) pensar demasiado nas coisas.
E no fundo, no fundo, eu sei que sou um tipo incrivelmente simples, mas nessa simplicidade sou infinitamente complexo.
Há anos namorei com uma rapariga que dizia que eu era um 'incompreendido', e eu sempre lhe repliquei que era 'incompreensivel'... nem eu me compreendo ás vezes, sabes?
E é nesses momentos de doce, doce caos que anseio pelo que é simples...
Ahhhh...a praia...a furia e a calma do mar...que me acalmam sempre tanto por dentro...que me destroem os medos ou os resumem á sua significância...sem palavras...sem gestos...sem nada..e se esse jardim te transmite essa paz interior..fica aqui a promessa de o ir visitar..
Beijos
Catarina
Amo o som do mar sempre! Furioso ou sereno, dá-me paz e muita alegria e nostalgia, meio estranho, meio contraditorio, mas é verdade!
E o cheiro da erva acabada de cortar? E o cheiro do mato molhado pela primeiras chuvas? E o nosso cheiro depois de um banho de mar? E o cheiro das castanhas assadas num fim de tarde de nevoeiro? E o cheiro das primeiras flores silvestres a rebentarem nos primeiros dias de calor? Aiiiii a vida ás vezes parece que vale a pena, so por estes pequenos prazeres...
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