quarta-feira, setembro 17, 2014

(Re)volta

 
O sol fraco de Setembro já pouco aquece as almas enfraquecidas,
As nuvens correm depressa sobre o céu de chumbo de um Outono precoce
Aumentando a melancolia dos dias que passam sem que sequer demos conta
Sem que respiremos cada precioso minuto de vida...um minuto de vida.
Agonizamos face à marcha intempestiva do tempo, marcial, automática e fria.
Não dá tréguas, não existe uma pausa sequer para poder pensar e ponderar,
Avança, avança sem pudor e sem receio de nada nem ninguém.
Abalroa tudo e todos, remete-nos a uma insignificância de sobrevivência
Fere e sangra, dilacerando e corroendo como parasita que se alimenta
do sofrimento alheio...
 
Saudades de caminhar por entre bosques encantados, de sentir o frio humido
Que faz renascer e querer respirar mais, os doces silêncios da deusa mãe
Sentir de perto os espíritos animais, simples nas suas vontades e tão libertadores
Adormecer com o piar da coruja e com o uivar do lobo longínquo que nos preenche
 
Quero voltar a sentir as coisas simples da vida,
O amago da existência e nao ter medo de nada...