Confesso que é o primeiro livro que leio do jornalista/escritor José Rodrigues dos Santos e o que me chamou a atenção foi a localização histórica do enredo de "A vida num sopro". Portugal, inicios do Estado Novo, anos 30, um amor adolescente quebrado por mentalidades retrogadas, duas vidas que se separam durante anos para se reencontrar mais tarde, num mundo que não era o deles.
A guerra civil Espanhola, o nascimento do fascismo ibérico e o consequente autismo louco contra os comunistas "que comiam crianças e queimavam igrejas", a PVDE - um embrião do que se tornou depois PIDE e os seus métodos para atingir os fins, são cenários percorridos pelo autor, tendo como pano de fundo o norte de Portugal e a espaços, Lisboa.
Acima de tudo uma história de amor maldito, mas não se fica por aqui, tornando-se bastante agradável de ler.
"Dorme Mãe Pátria, nula e postergada
E, se um sonho de esperança te surgir,
Não creias nele, porque tudo é nada,
E nunca vem aquilo que há-de vir."
Fernando Pessoa