Mais uma vez, desta com atraso, dou conta do livro que li nos últimos tempos: Levantado do Chão de José Saramago.
Antes de mais tenho a confessar a existência de um preconceito para com o autor, criado pela discordância política e alguma animosidade pela figura de Saramago como ser humano...simplesmente não simpatizo com...
Mas em boa hora decidi arriscar a leitura de uma obra deste autor e reconheço-lhe sem duvida, uma forma única de escrever e uma prosa dificil de largar.
A história deste romance de 1980 retrata a vida (sobre)vivida dos camponeses alentejanos e o trabalho quase escravo ao longo do século XX, terminando no pós 25 de Abril de 1974, com a euforia dos sonhos e a queda de tantos outros que, como sabemos, não passaram de utopias da mente de quem nada permitem e tudo quer.
Apesar da forte e óbvia conotação de esquerda, é um livro duro, em alguns trechos mesmo crú, sem romantizar em excesso os personagens, relatando situações que nos nossos dias parecem saídas de uma fantasia de mau gosto.
Prometo ler na totalidade o livro que aborda a Mafra do meu coração e que por desleixo adolescente nunca li na totalidade: Memorial do Convento.
Fica a promessa para mim mesmo...